Nasce um MK4 XR3 Aspro - Parte 01

A sigla XR3 desperta olhares, paixão, nostalgia, emoção, adrenalina, sentimentos que vão além da nossa imaginação. É mais ou menos o que eu venho sentindo depois de 5 anos com esta máquina. Ele me trouxe inúmeras alegrias.

Nestes anos, fiz amigos, conheci lugares exuberantes, paisagens fantásticas e lugares que sempre quis ir. É claro que nestes 5 anos nem tudo é um "mar de rosas", existem  espinhos que precisamos enfrentar, mas no fim todo o sacríficio se paga, por uma simples noite iluminada de estrelas, acompanhado da minha namorada e noiva com um teto solar aberto, dirigindo tranquilamente e quando precisa ele não nega fogo, enfrenta muito carro considerado "grande, potente, imponente".

O início


Motor original
 

Procurava por um escort, um XR3, não conhecia nada deste carro. Passei três meses, junto com o meu melhor amigo Zimmer (atual mecânico do XR3) atrás deste carro. Foram dias, decepções atrás de decepções e vem o sentimento de desistência. Acabei esquecendo, quando, um certo dia, o pai do zimmer, mecânico também, me liga, achamos o teu carro, quer ver?

Bom, tudo virou motivo de alegria, ao olhar, senti que seria aquele o meu carro, um XR3.

Foi mais que confiança, foi um sentimento de que era pra ser ele. Estava ali, na diagonal, sobre o sol, tudo projetado para que fosse meu. Tinha guardado dinheiro e estava pronto para comprar. Burocracia pra lá, pra cá, enfim ele já era meu. O antigo dono um senhor de 50 a 60 anos, cuidadoso, que fazia só longas viagens e não andava no trecho urbano...


Roda original com pneus Firehawk
 

Estava maravilhado com o carro. Um carro completo, um clássico, esportivo, tudo que sempre quis. Foram surgindo então algumas coisas, que só o tempo foi dizendo quanto custa a exclusividade deste carro.

Carro transformado a gasolina e nascimento do XR3 aspro

Andei por 2 anos com o carro a gasolina, com os mesmos pistões a álcool.
o antigo dono pensou em ecônomia, tanto que até o segundo estágio tava travado. Ele nem trocou carburador, mas a mecânica era muito boa, e muitas peças originais ainda.  Começei a tomar gosto por preparações foi ai que tudo começou a mudar...

Ainda com o carro a gasolina - deixei os dois estágios abrirem juntos, bom quando o segundo estágio abria, passamos ele pra mecânico, regulamos o carburador, ele deu um gás a mais e era até empolgante.

A configuração ficou com taxa de 9:1, para destachar o antigo dono usou muitas juntas, carburador bem regulado e só...

Álcool

O álcool, ah o álcool, este combustível desconhecido por muitos, odiado por muitos e amados por outros...

É só ouvir uma conversa de bar, ah quando o carro era álcool não pegava no frio, o carro não andava, foi se criando muitas lendas e mais lendas. O XR3 então voltou a ter a alma esportiva dele, nasceu álcool, morrerá alcool, mas pra rodar tranquilo sem se incomodar no álcool tive que trocar o carburador agora o último 2E de santana (venturi 22/26), bomba, filtros, montamos tudo e duas puxadas, foi distribuidor.

Parecia que tinha ficado nervoso com a conversão...

Preparação - Fase 1


Cabeçote novo
 

Junta queimada
 

Como voltei o carro pra originalidade dele (Álcool), logo depois resolvi investir mais em preparação, rebaixei o cabeçote pra -1,3mm, a taxa de compreesão já pulava dos seus originais 12:5:1 pra 13:5. Ficou excelente, o carro melhorava ainda mais, porém alguns problemas surgiram de tão forte que o carro ficou, destracionava demais, sugava toda gasolina, se desgovernava, é verdade os pneus não ajudavam, mas não eram remoldes, eram os firehawk, e recém tinham sido comprados, usados é verdade, mas 25 mil seria feitos ainda depois...

A gasolina do reservatório sendo puxada por vácuo, só acontecia antes em carros turbos, algo nunca visto pela mecânica, o vácuo foi tremendo, tendo chegado em marcha lenta em 17, numa medição em um aparelho. Nesta alturas, já tinha filtro esportivo duplo fluxo, taxa, esquichos maiores pra maior vazão (+ carburação).

Depois então pra resolver o problema de terminar a gasolina colocamos uma válvula pra cortar a mistura(válvula do VW Fusca), pois não era pra misturar, ok, tudo certo.

Bom dai o carro perdeu rotação, perdeu giro e força, ai pra recuperar isto, mexe em mistura, mexe em gigles, aumenta gigles, bom já tava melhor e já chegava no nível de antes da preparação de antes, mas aquele vácuo que parecia nitro não mais.

Comprei uma polia de uma empresa que prepara cabeçotes, produz polias exclusivas e vende somente para carros de arrancadas em São Paulo. Ela é maçiça, não tem como quebrar e não é aquelas hélices, que tendem a ter problemas no futuro. Depois veio velas e cabos especiais pra melhorar todo o conjunto.

Mas nesta brincadeira ia dinheiro e também ia deixando de lado suspenção e ítens obrigatórios de segurança e outras coisas. Estava fascinado com o carro, mas ás vezes é preciso usar a razão e não só a emoção.

Suspenção/Elétrica e Mecânica Geral

Tive inúmeros problemas nestes anos, estabilidade financeira, desemprego, um corre dali, corre de lá, mas sempre pensando em deixar o XR3 o mais próximo de um carro recém tirado da concessionária. Bom me indignei por completo, fiz suspenção, lá se vai 1700 reais, tudo novinho e original e ainda com desconto, pois fiquei comprando peças por dois meses antes de montar tudo.

Ainda tinha ficado radiador pra trás, e não é que o maldito estorou, bom pra quem foi fazendo o carro aos poucos, um radiador pra quem tá na com dívida não é nada, fomos lá e compramos o radiador original, agora já tinha selos do motor, válvula termostática, mangueiras, sensores, bomba d'água, tudo novo. E os freios? Tudo novo, com rolamentos em dia, com pastilhas novas. Elétrica, esta parte sempre existirá problemas, por mais que se conserte, ehhehhe, é até engraçado, pois é um ponto fraco do carro, mas deixei o melhor possível com lâmpadas mais fortes, bateria nova, bosch silver, lacrada, alternador carregando, arranque trocado há dois meses, bendix e escovas e automático tudo novo.

 

Maico - Aspro
Escort Clube