Cada viagem é especificamente "uma viagem". O espírito da viagem começa quando imaginamos a possibilidade de estar em tal lugar e assim voamos em pensamento, planejando cada detalhe, muitas vezes semanas antes e com o tempo passando, o grande dia chegando, os planos vão se tornando realidade e a vibração aumentando junto com a ansiedade de partir.

Cada passo que antecede a viagem tem sua importância para o retorno dela com experiências fantásticas e até indescritíveis.

Ao viajar com um carro com mais de 10 anos de vida, é extremamente importante revisar vários itens e muitos deles não fazem parte dos catálogos de recomendações de viagens das revistas automotivas, manuais ou guias de viagem.

Os problemas de quem esquece uma escova de dentes ou uma peça de roupa qualquer, estão longe das catástrofes que podem ocorrer ao esquecer de revisar ou pegar uma ferramenta.

Ficaria imensa a lista de itens que podem falhar num carro com mais de uma década de rodagem, e muitos destes itens não são comuns nas revisões periódicas normalmente realizadas. Dificilmente há de se trocar um rolamento de alternador, correias, fusíveis, rolamentos de roda, cabos do acelerador e embreagem, bomba de combustível, etc. Porém, uma revisão nestes itens deve diminuir consideravelmente as possibilidades de contratempos e insucesso na tão esperada viagem, por mais curta que seja.

Antes de encarar qualquer viagem cuja distância seja em média 100 km de estradas, penso não só se o carro está em condições de chegar ao destino mas também se retornará em condições normais.

Há de se ter consciência de que a adrenalina de viajar com um carro que não esteja em plenas condições, pode virar dor de cabeça sem tamanho e sair tão caro quanto toda a viagem e seus custos programados, tudo numa questão de segundos. Ficar na mão e nem ao menos fazer idéia do que causou o problema, significa ficar a mercê de mecânicos de beira de estrada ou de lugares desconhecidos. Imagine ter de pagar valores absurdos com um serviço de guincho sem resolver o problema do carro.

Não é obrigatoriedade numa viagem, carregar um estoque de ferramentas e peças. Ter informações sobre os lugares por onde vai passar, socorro emergencial, bem como ter um conhecimento básico dos problemas que podem ocorrer em decorrência do estado de conservação do veículo, e ter algumas ferramentas para realizar aquele serviço simples, porém, que foi deixado para depois, à beira de uma estrada já torna a viagem muito mais tranqüila.

Não vá perder a adrenalina de uma viagem por ter um pouco mais de informação e telefones importantes na bagagem, não é?

Realizei 3 viagens para o RJ, rodando 1500 km em cada uma, além várias viagens para Ilha Bela e São Roque entre outras, e aprendi muito, felizmente antes de pegar a estrada.

Aprendi sobre o carro, ferramentas, serviços que deixaria pendentes e seguiria no risco, rotas e caminhos, telefones úteis e muita paciência quando se viaja com mulher: pare na primeira oportunidade quando ela assim solicitar pois viajar com passageira "emburrada" pode comprometer até o vento que entra pela janela naquela reta de asfalto perfeito.